The Prague Post - Nova dívida com o FMI: argentinos vivem 'dia da marmota'

EUR -
AED 4.172469
AFN 82.254285
ALL 99.443091
AMD 442.669245
ANG 2.033568
AOA 1042.821867
ARS 1220.13733
AUD 1.80657
AWG 2.044748
AZN 1.935661
BAM 1.955664
BBD 2.288841
BDT 137.74043
BGN 1.961167
BHD 0.42777
BIF 3370.065862
BMD 1.135971
BND 1.496896
BOB 7.833456
BRL 6.659749
BSD 1.133621
BTN 97.596219
BWP 15.810902
BYN 3.709842
BYR 22265.033118
BZD 2.277042
CAD 1.575536
CDF 3265.353315
CHF 0.926352
CLF 0.02877
CLP 1119.192243
CNY 8.283619
CNH 8.27647
COP 4910.258856
CRC 581.659589
CUC 1.135971
CUP 30.103234
CVE 110.25734
CZK 25.124845
DJF 201.665989
DKK 7.469696
DOP 70.015136
DZD 149.546094
EGP 58.259952
ERN 17.039566
ETB 147.302266
FJD 2.589451
FKP 0.870523
GBP 0.868347
GEL 3.135724
GGP 0.870523
GHS 17.570779
GIP 0.870523
GMD 81.226307
GNF 9813.318212
GTQ 8.743393
GYD 237.163523
HKD 8.810422
HNL 29.369959
HRK 7.534333
HTG 148.329695
HUF 409.938323
IDR 19081.076584
ILS 4.222235
IMP 0.870523
INR 97.663012
IQD 1484.996829
IRR 47824.382762
ISK 145.295033
JEP 0.870523
JMD 179.687516
JOD 0.805522
JPY 163.035006
KES 146.799801
KGS 99.341107
KHR 4541.684463
KMF 499.263598
KPW 1022.294878
KRW 1614.4251
KWD 0.348107
KYD 0.944734
KZT 585.8193
LAK 24559.293723
LBP 101571.343247
LKR 338.136508
LRD 226.724248
LSL 21.868981
LTL 3.354228
LVL 0.687138
LYD 6.299562
MAD 10.546067
MDL 20.093604
MGA 5113.644725
MKD 61.530725
MMK 2385.0762
MNT 3994.555643
MOP 9.055971
MRU 44.687895
MUR 49.87338
MVR 17.498202
MWK 1965.663434
MXN 23.067966
MYR 5.023837
MZN 72.60034
NAD 21.868981
NGN 1814.225757
NIO 41.717102
NOK 12.117749
NPR 156.154151
NZD 1.949496
OMR 0.437393
PAB 1.133621
PEN 4.231206
PGK 4.684675
PHP 64.754939
PKR 317.835518
PLN 4.289579
PYG 9069.369898
QAR 4.133413
RON 4.979761
RSD 117.211857
RUB 94.489935
RWF 1633.886484
SAR 4.263339
SBD 9.490317
SCR 16.273869
SDG 682.154808
SEK 11.102759
SGD 1.499032
SHP 0.892695
SLE 25.877842
SLL 23820.749672
SOS 647.85499
SRD 42.083228
STD 23512.307787
SVC 9.919311
SYP 14769.561249
SZL 21.857481
THB 38.057346
TJS 12.316644
TMT 3.975899
TND 3.411763
TOP 2.660562
TRY 43.085154
TTD 7.708464
TWD 36.779567
TZS 3038.088926
UAH 46.92884
UGX 4165.710584
USD 1.135971
UYU 49.176583
UZS 14700.978637
VES 87.603875
VND 29259.775028
VUV 140.62449
WST 3.205325
XAF 655.91143
XAG 0.035183
XAU 0.000351
XCD 3.070019
XDR 0.815743
XOF 655.91143
XPF 119.331742
YER 278.657784
ZAR 21.729241
ZMK 10225.106937
ZMW 31.995777
ZWL 365.782223
Nova dívida com o FMI: argentinos vivem 'dia da marmota'
Nova dívida com o FMI: argentinos vivem 'dia da marmota' / foto: LUIS ROBAYO - AFP

Nova dívida com o FMI: argentinos vivem 'dia da marmota'

Para gerações de argentinos, o país passa ciclicamente pelo mesmo episódio: um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para salvar a sua economia.

Tamanho do texto:

É a 23ª vez que isso acontece desde os anos 1950. Ocorreu durante a ditadura dos anos 1970, a crise econômica e social de 2001 e a corrida bancária de 2018, quando o Fundo concedeu um crédito de US$ 44 bilhões à Argentina, o maior empréstimo já liberado pelo órgão multilateral.

Para os argentinos, os US$ 20 bilhões anunciados ontem têm o sabor de "mais do mesmo", como descreve o baixista Ariel Cazorla, 45. "Já passamos por isso muitas vezes. Se te emprestam, é porque veem que você pode pagar. Certamente, isso tem a ver com as nossas terras. Tem muita coisa que não sabemos, mas que eles negociam."

Essa suspeita esteve presente em histórias em quadrinhos, músicas e programas humorísticos argentinos nos últimos 50 anos. "Funcionários do FMI se reúnem para solucionar o principal problema da Argentina: o FMI", dizia o comediante Pipo Cipolatti em um show, nos anos 1990.

O paralelismo entre a dívida e o "dia da marmota" ganha destaque ocasionalmente na imprensa argentina desde a estreia do filme "Feitiço do Tempo", em 1993.

- 'Honestos' -

O presidente Javier Milei garantiu que, desta vez, será diferente, porque o dinheiro não chega para estancar uma hemorragia, e sim para fortalecer o Banco Central e permitir uma liberação do controle cambial sustentável, uma medida anunciada ontem.

Com um índice de aprovação de mais de 40%, segundo pesquisas, alguns argentinos confiam na aposta do presidente. Para o aposentado Julio Teitelboim, 60, Milei preenche o rombo nos cofres públicos deixado por seu antecessor, Alberto Fernández.

"Este governo não tem alternativa a não ser recorrer ao FMI para se financiar. Está fazendo as coisas corretamente. Para mim, são honestos", diz o aposentado.

Para Belén Amadeo, cientista política da Universidade de Buenos Aires, o endividamento do país permeia a identidade dos argentinos. "O argentino médio sabe que recebeu empréstimos do FMI e que o Fundo impõe requisitos. O storytelling é de que o FMI é o vilão que nos pressiona para que paguemos um empréstimo com taxas muito altas. Há uma sensação de dependência ou de imperialismo. Muita simplificação do discurso, apegam-se à narrativa dos políticos", comenta.

Para o historiador Felipe Pigna, historicamente, os empréstimos do FMI não foram destinados a desenvolver a indústria ou a financiar obras públicas, por exemplo, e sim foram contraídos "com critério puramente financeiro". "A relação com o Fundo determina totalmente a vida dos argentinos. Você não pode destinar recursos para a construção de uma escola, porque tem que pagar o FMI. É dramático."

Pigna acrescenta que há um problema subjacente de sustentabilidade: "Você vai desenvolver a indústria e vai precisa importar. Com o que você importa? Com dólares. Bom, o volume de exportações argentinas às vezes não é suficiente para compensar as importações. Isso cria uma balança negativa que se cobre com dívida. Esse é um dos grandes gargalos de que se fala desde a década de 1950."

Y.Blaha--TPP