

Ucrânia: Rubio tem reuniões em Paris; Zelensky pede 'pressão' contra Moscou
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, participa nesta quinta-feira (17) de várias reuniões em Paris com países europeus sobre a guerra na Ucrânia, conflito no qual Washington tenta atuar como mediador para conter as hostilidades.
Representado na capital francesa por seu braço direito e dois ministros, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu "pressão contra os assassinos para acabar com esta guerra e garantir uma paz duradoura".
Rubio será recebido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em um "almoço de trabalho" no Palácio do Eliseu, que também terá a presença de Steve Witkoff, o enviado especial de Trump que já se reuniu três vezes com o presidente russo, Vladimir Putin.
Os dois representantes americanos também se reunirão com o chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak, e com assessores de segurança britânicos e alemães, segundo o programa divulgado pela presidência francesa.
Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o governo dos Estados Unidos abriu negociações diretas com Moscou para encerrar mais de três anos de guerra, deixando de lado seus aliados europeus e, em alguns momentos, a própria Ucrânia.
Macron assumiu um papel de protagonismo na tentativa de elaborar uma resposta coordenada da Europa para proteger a Ucrânia, tanto no conflito como em um eventual cenário de paz.
- Relações difíceis com a Europa -
Os esforços de Trump e sua aproximação de Moscou não foram suficientes para cumprir sua promessa de acabar rapidamente com mais de três anos de guerra na Ucrânia, alvo quase diário de ataques russos.
Após o ataque de domingo contra a cidade de Sumy (nordeste da Ucrânia), que deixou 35 mortos, as autoridades ucranianas relataram nesta quinta-feira "um ataque em larga escala de drones" na cidade de Dnipro que matou três pessoas e deixou pelo menos 30 feridos.
"Putin demonstrou novamente que sua crueldade não tem limites, que não tem nenhuma intenção de cumprir um cessar-fogo", disse na quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, ao comentar o ataque de Sumy.
Sob pressão de Washington, Kiev aceitou uma pausa dos combates sem condições durante 30 dias, mas Moscou rejeitou a iniciativa.
Apesar dos ataques russos, Witkoff declarou na semana passada, após se reunir com Putin pela terceira vez, que acredita em um acordo entre as partes e se declarou convencido de que estão "próximos" de algo "muito importante".
O Kremlin, no entanto, criticou a reunião na capital francesa. "Infelizmente, o que vemos por parte dos europeus é um foco na continuidade da guerra", declarou o porta-voz Dmitri Peskov.
- Irã -
Além da guerra na Ucrânia, as reuniões em Paris abordarão "a situação no Oriente Médio e a questão nuclear do Irã", afirmou uma fonte diplomática francesa.
Estados Unidos e Irã iniciaram na semana passada negociações, mediadas por Omã, sobre o programa nuclear de Teerã, que terão uma segunda rodada no próximo sábado em Roma.
A França, assim como a Alemanha e o Reino Unido, assinou o acordo nuclear de 2015 com o Irã (abandonado unilateralmente por Trump três anos depois), mas foi deixada de lado nas novas negociações.
Esta é a terceira viagem de Marco Rubio ao continente europeu desde que assumiu o comando da diplomacia americana. Desde seu retorno à Casa Branca, Trump tem se mostrado hostil em relação aos países da Europa, tradicionais parceiros de Washington.
O presidente republicano, que declarou que a UE foi pensada para prejudicar os Estados Unidos, impôs tarifas elevadas ao bloco e o acusa de se aproveitar de Washington, em particular no que diz respeito à Otan e questões de defesa.
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M.Jelinek--TPP